quarta-feira, agosto 17, 2005

Indignação

Ficou chocado ao vê-los,
não imaginava tal situação.
Os seios maternos, caídos e secos
ainda lhes serviam de proteção.
Crianças desnorteadas imploravam
e a quem quer que fosse apontavam,
exclamavam, existimos!
Mas, que vida ingrata, resmungavam.
Que fizemos? Perguntavam.
Miséria em torno da riqueza,
a estupidez humana em seu máximo,
vem nos mostrar a fraqueza,
de nossa raça em seu íntimo.
Como animais, lutam por comida,
dignidade humana ao mínimo.
Sua fome consome o conforto dos que passam,
que fingem não ser com eles.
Superiores! Estes arrogantes imaginam-se.
Delinqüentes! Estes imbecis os anunciam.
Enquanto que, as esqueléticas criaturas
não sabiam o que fazer com tamanha desilusão.
Mais que uma sombria partitura,
a realidade causava-lhe indignação.
Sua dor não era nada,
comparada às do que avistava.
Mas a indignação, quem sabe,
fosse comparável.
Ou mesmo ela, talvez não!

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